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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Fading Away (Desaparecendo)
Lentamente o ódio se tornou vazio, a dor se tornou estável
e eu estou desaparecendo, esvaindo, como a folha ao vento,
estou por toda parte, desvanecendo.
Lentamente o amor se tornou raiva, a raiva corroeu cada parte de mim
e tudo oque sobrou foi um sopro da vida que eu queria ter vivido;
E tudo oque restou foi a desculpa de uma vida que nunca aconteceu.
Perdida dentro do mundo que não está aqui, estou sumindo..
Até tudo oque sobrar não ser mais quem eu costumava ser.
Lentamente, assim aos poucos, o medo se foi, as lágrimas secaram
e tudo ficou mudo como se eu não me importasse mais.
Mas eu me importo, Deus sabe que eu me importo!
Cada gota de chuva que cai sabe que sou apaixonada pela tristeza.
Eu ainda sinto, mesmo quando me esforço tanto para fazer a dor
desaparecer, ainda não consigo ser feita de pedra.
E se a dor se for, temo ficar não abandonada em minha dúvida.
Mas todas as vezes que tocam aquela canção é como se acordassem
um pedacinho de mim, um pequeno pedaço que ainda quer sentir..
E lentamente eu sinto que é possível querer viver novamente.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Indagações
Por quanto tempo permaneceremos presos nesses círculos
da vida que giram e giram, mas nos levam sempre para o
mesmo lugar?
Por quantas vezes iremos nos forçar a mudar se no final
continuamos sempre os mesmos?
Permaneceremos a observar a vida por de trás dessa vitrine
sem jamais fazer parte da história?
Ainda seria possível começar a existir, ou já estamos perdidos
demais para sermos salvos?
Busquei refúgio nas sombras quando não encontrei as respostas
para tais perguntas, acorrentei-me no silêncio e quando este
era demasiado esmagador, chorei lágrimas de desespero que
eram mais salgadas do que todos os grãos de areia do oceano.
Busquei o oceano e em sua infinita amplitude tentei me confundir
entre as ondas persistentes e deixei que a água me levasse
para o mais profundo poço de minha existência.
Busquei a morte, encontrei desprezo.
Oh céus porque tortura-me com tamanho vigor se nesta vida nada
fiz para merecer tal punição?
Oh céus porque estou eu destinado a sofrer miseravelmente por
pensamentos que me afligem, por sentimentos que me torturam?
Senhor, senti-me triste por todas as vezes que olhei para mim
pois nestes olhos negros pude ver um cansaço de um velho, veja,
sou tão jovem e trago na alma traços de uma vida inteira de desamor,
de desilusão, solidão eterna e incansável.
Por quais razões ainda choro e por quais motivos ainda sofro,
não sei, não saberei, mas dentro do peito o pior de todos os
sentimentos se aloja e a ele chamo desesperança, medo mórbido
de um futuro sem futuro, de uma vida que não vale a pena ser vivida.
Busquei dentro de mim a vontade de continuar, encontrei apenas
razões para desistir.
Busquei amor, encontrei indiferença.
Busquei o fim, encontrei a duvida: E se o fim for apenas o começo?
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
La Mort (A Morte)
" A morte é apenas mais um caminho pelo qual todos
teremos que passar.."
Para alguns é um martírio, para outros um alívio.
A morte as vezes chega sem avisar, arranca-nos de
nossos sonhos e nos leva para o desconhecido.
As vezes é o balsamo que nos salva da tempestade,
como uma saída de emergência em tempos de cinzas e
nos alivia a dor de uma vida que mata aos poucos.
Num mundo com tantos arrependimentos, num mundo
com tantas incertezas, a morte é a única coisa da qual
nós, meros mortais, temos plena convicção..
Ela chega para todos nós, as vezes cedo, as vezes tarde,
as vezes quando menos se imagina, outras vezes já tão
aguardada; Nos leva a todos e nos livra das dores de
uma vida que sorri apenas para poucos .
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Te Amei, Te Amo e Para Sempre Te Amarei
Relembro o vento sobre seus cabelos desgrenhados,
você é como a primavera em meu caminho,
um diamante que caiu da caixa.
Só a luz poderá quebrar os nossos segredos,
onde seus dedos tocaram meu corpo e em pensamento eu gritei:
Já te amava, te amo e para sempre te amarei.
O céu afirma que já te conhecia,
você e ele são tão bonitos que certamente é verdade..
Ele que nunca se aproxima, é exatamente como você.
O mundo tem tantos arrependimentos,
tantas coisas que prometemos, mas de apenas uma sou feita:
A certeza de que já te amava, te amo e para sempre te amarei.
E todas as noites eu pergunto a seus retratos
sobre quais são os limites que nos refletem...
Faça oque fizer, o amor está em todos os lugares que olho,
nos menores cantos no espaço, no menor sonho onde me demoro.
Esse amor é como se chovesse
e todas as vezes que chove eu penso em você,
em como seus dedos me tocaram e como em pensamento eu gritei:
Já te amava, te amo e para sempre te amarei.
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Tanto Tempo..
Tanto tempo .. e nada nunca muda, nada jamais acontece.
É como se o tempo la fora corresse, mas aqui dentro tudo
continua em câmera lenta e eu estou paralisada.
Tanto tempo à sufocar em palavras jamais ditas,
à afogar em lágrimas e mergulhar em sonhos que iludem
e perseguem em silêncio. Tanto tempo..
Ah meu amor porque tinha que ser assim?
Perdida nas fronteiras da irrealidade, no labirinto de letras
rabiscadas, num diário à que chamam de segredos.
Tanto tempo à se aproximar do amor sem jamais ser
tocada por ele. Tanto tempo.. parece mesmo uma eternidade
quando se permite nadar nas águas da saudade,
por rios de nostalgia e tamanha solidão.
Tanto tempo nas areias do destino, nessa maré negra,
nessa embarcação de memórias que se confundem.
Ah meu amor eu estive olhando através da janela à observar
a vida como que nunca vitrine e tudo oque vi foram os
fantasmas da felicidade, a lixeira de sonhos perdidos que
tremulam e aos poucos desvanecem.
Tanto tempo à respirar as cartas que jamais foram enviadas.
Tanto tempo.. esquecida na tristeza.
Tanto tempo.. e o relógio ainda trabalha, e a vida continua.
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Refúgio
Era um dia qualquer, tão monótono e tão frio..
O sol brilhava do lado de fora, o céu estava tão insuportavelmente azul.
Mas dentro dela estava escuro, nublado. Sempre chovia dentro dela.
Do lado de fora se ouvia os barulhos urbanos,
As crianças brincavam, as pessoas conversavam,
Mas dentro dela estava tudo tão quieto e o silêncio parecia esmagar
cada centímetro do seu pequeno coração. Era sempre tudo tão quieto.
A vida que fluía e sorria para todos à sua volta parecia queimar dentro dela,
Era quase como se sua própria respiração fosse esforço demais.
Não conseguia encontrar saída daquela situação,
Perdida, ela estava sempre tão perdida na escuridão.
Geralmente ela tentava não pensar em tudo aquilo, na maioria das vezes
lutava contra a dor e quase sempre vencia, mas alguns dias eram piores
que os outros, algumas noites eram mais tempestuosas do que as outras.
E nesses dias, em busca de refúgio, ela fugia...
Tinha sempre uma história dentro da sua cabeça, na verdade eram várias.
Ela sempre escolhia a mais real, aquela que soava mais provável, e fugia.
Eram tantos momentos idealizados em sua mente,
As vezes era difícil não acreditar, sua própria mente se confundia entre
oque era real e oque era apenas mais uma fantasia,
E nessa fantasia eles deveriam ficar juntos.
As vezes adormecia em seu mundo, as vezes com lágrimas nos olhos,
Nessas vezes, quase sempre, era agraciada com doces sonhos
E nesses sonhos eles ficavam juntos.
Mas a realidade era como uma besta que espreitava por trás da porta,
A besta bufava e arranhava a frágil porta de seus encantos e assim, de forma
tão abrupta, ela era arrancada dos sonhos e mergulhada de volta nas
águas geladas de sua infelicidade, seu tormento e triste verdade.
A dor que dilacerava também ensinava uma importante lição,
Mesmo que ela não estivesse disposta a se deixar aprender..
Falava sobre como é inútil levantar muros entre si e a realidade pois tais
muros sempre tombavam no final. Falava também sobre a ingenuidade de
se afugentar em mundos paralelos, esses tão frágeis, sempre feitos com
pequenas flores de papel que se rasgavam e voavam para longe numa triste
noite de inverno solitário.
Não eram lições que ela quisesse aprender, mas eram sempre empurradas
goela abaixo obrigando-a à saborear o amargo gosta da sua condição humana.
Seus olhos, sempre tão encharcados de lágrimas, eram cegos diante da verdade
Suas mãos, impotentes diante das necessidades da vida, eram fracas..
E em dias assim ela sofria imensamente sem nunca encontrar uma saída.
Afugentando os pensamentos com as palavras de outros,
Encontrava na música um amigo, mas este tão mudo ao lhe dar conselhos.
E seu coração, seu pobre e pequeno coração a chamava de volta para seu mundo
de pequenas felicidades e meias verdades, estas sempre afogadas em mentiras..
E nesse mundo, pensava ela, nesse mundo eles poderiam ficar juntos..
Assim, sem jamais aprender, ela fugia novamente
Seu sorriso era a única coisa que via, e eles ficavam juntos.
domingo, 24 de agosto de 2014
Mundo de Pedra
Pedra, o mundo é de pedra
Eu procuro pelo sol no meio da noite.
Não sei se é a terra que gira ao avesso
ou se sou eu quem vive num cinema.
Eu não quero mais lutar, não quero mais correr
com esses seres automáticos que constroem
seus impérios que o vento pode derrubar
como se fossem castelos de cartas.
Deixe-me falar, não venha me socorrer
venha me matar ao invés disso para me
impedir de sofrer.
Minha cabeça esta doendo,
eu só quero dormir, me deitar no asfalto
e me deixar morrer.
Eu queria ser..
Eu não tenho sucesso nos meus negócios, não tenho sucesso no meu amor,
Eu mudo mas sempre continuo a mesma.
Eu observo aqui do meu cativeiro enquanto o mundo gira ao avesso
e as pessoas controlam o universo.
Eu passo a maior parte do tempo no ar entre uma fantasia e outra,
eu viajo sempre de primeira classe.
Eu tenho minha segunda residência em todos os melhores países do mundo,
Eu já não suporto mais essa miséria.
Estou tão cansada disso tudo, eu perdi o senso de humor
quando compreendi o senso da vida.
Estou aqui, eu vivo assim, mas se eu pudesse escolher
não teria feito nada disso..
Eu queria ser uma artista para fazer o meu número
quando o avião pousasse na pista de Amsterdã ou Rio.
Eu queria ser uma cantora para poder gritar quem sou,
eu queria ser uma autora para poder inventar a minha vida.
Eu queria ser uma atriz e todos os dias trocar de pele
e ainda me ver bela numa grande tela em cores.
Eu queria ser essa artista que pode fazer do mundo oque quer,
que pode ser uma anarquista e ainda viver como uma milionária.
Eu queria ser uma artista.. porque realmente acredito que é
para isso que existo.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
The Bravest Man I've Ever Met (O Homem Mais Corajoso que já Conheci)
"Viver rodeado de pessoas que te fazem se sentir sozinho,
é a coisa mais solitária do mundo. " Essa frase foi dita por um homem
que todos acreditavam ter tudo. Mas o quanto se conhece de uma pessoa?
Como podemos saber exatamente oque se carrega dentro do coração?
As pessoas correm de sol a sol e elas vivem suas vidas à sua maneira
e as vezes oque é tudo para um não é suficiente para o outro.
A celebre pessoa e incrível ser humano que disse tão lindas palavras
se chamava Robin Williams, um grande ator que com suas caricatas fez
muitas pessoas rirem, estava de fato sempre sorrindo até mesmo com os
lindos olhos azuis ele sorria e a vida parecia fluir para ele tão facilmente.
Mas as vezes um sorriso é apenas um sorriso, muita dor pode ser oculta
em um sorriso, muito medo, muita aflição podem se esconder em um riso
e a pessoa que parecia estar sempre rodeada de felicidade acaba se mostrando
a pessoa mais triste e solitária do mundo.
Afinal oque é a felicidade? Oque é preciso para encontrá-la? Oque, afinal
de contas, estamos todos nós procurando?
Ele se foi, apressou-se é oque dizem no caminho que leva a todos para
o outro lado da vida. Seus motivos e razões nunca iremos conhecer e
sei que muitos irão julgá-lo e dar a ele nomes, mas creio que apenas quem
sentiu ou sente essa tristeza tão grande, esse vazio que parece nos devorar
sem ser preenchido por nada não importa o que fazemos, apenas quem
sofreu de uma solidão tão profunda e um descontentamento tão grande
pode dizer com propriedade oque se pensa ao cometer tal coisa.
Para mim que já senti a dor que a vida pode causar nas pessoas,
para mim que sofre todos os dias tentando encontrar um meio de seguir,
para mim Robin Williams é a pessoa mais corajosa que eu já conheci e eu
vou sempre admirá-lo por isso.
Tentarei recordar dele como em seu personagem que mais gostei: Andrew
Martin e pensarei nele como aquele ser humano que buscava o amor, que
buscava alguém com quem conversar e que não queria mais estar sozinho.
Não sei oque o levou a partir, não sei a dor que sentia ou a cruz que carregava
mas aqui dentro de mim eu sei que não era pouco, sei que não o fez levianamente,
sei que buscou alternativas e que procurou razões para continuar, só que
ao que parece tudo oque encontrou foram razões para ir embora.
E a vida apenas continua, o mundo continua girando e o tempo continua correndo
mas eu sei que de alguma forma seu sofrimento não pode ter sido em vão e gosto
de acreditar que onde quer que ele esteja, ou mesmo que tenha realmente tudo
terminado para ele, que tenha encontrado a paz que não encontrou em vida.
Robin Williams para mim você foi e sempre será o mais corajoso dos homens.
Descanse em paz, nos veremos talvez do outro lado.
domingo, 20 de julho de 2014
Questões
Como encontrar as palavras certas para dizer
Que o tempo passa, a vida segue e os sonhos..
Ah os sonhos! Os sonhos continuam.
Como encontrar as palavras certas para dizer
Que a historia precisa ser contada,
Que a realidade precisa ser enfrentada e a dor..
Ah como dói! A dor nunca cessa.
Parece a mim que estamos todos presos
Presos de alguma forma a um ciclo vicioso
Por mais que tentemos mudar as coisas,
É como se existisse uma força puxando para baixo.
E afundamos, e caímos.
Como encontrar as palavras certas para dizer?
Quais palavras descrevem tais coisas?
Procuramos por inspiração, tentamos fugir dos clichês
Mas no final tudo volta a mesma velha pergunta: Porque?
As vezes tudo oque precisamos é de uma mudança,
Esperamos por essa mudança e realmente tentamos
Mas quando nos damos conta tudo continua igual.
É quase como se nada que fizéssemos pudesse
Mudar o curso desse destino que teima em traçar
Caminhos tão tortuosos e cruéis.
E então nos perguntamos: Para quê?
Do que vale tanta dor? Do que vale tanto medo?
Porque precisamos sofrer tanto? Para que tantas provações?
Estamos mesmos servindo a algum propósito maior?
Somos mesmos capazes de mudar a nossa história
Ou tudo não passa de uma grande fantasia?
Afinal quais as palavras certas para trazer a tona
Toda a magnitude dessa pergunta?
Será mesmo que alguém se importa o suficiente para
Querer respondê-la?
terça-feira, 15 de julho de 2014
Insônia
Fusos horários, mapas de lugares desconhecidos
Cabeça cheia de maus pensamentos, bolsos cheios de oportunidades perdidas.
Volto para casa? Durmo fora? Agora é tarde demais.
Acabou-se o tempo de reação, o tempo fechou, estas são as minhas últimas palavras.
Eu sou a última a fazer sangrar as mesmas velhas feridas
Eu iria embora de casa, ficaria fora o maior tempo possível.
Eu sou a única sombra a ainda vagar por esses becos,
no meu coração existe uma luz que se apaga e desvanece com o tempo.
Deixemos que o fogo queime pelo maior tempo possível.
Eu pego o último trem e percorro toda essa distancia novamente,
ao chegar em casa o cobertor cobre a cabeça para esconder as lágrimas.
Você aparece em minha mente, tento bloqueá-lo mas é tarde demais.
Você grita tão alto na minha cabeça e faz tudo girar, eu tento te esquecer mas isso não funciona.
Eu permaneço acordada além de qualquer ajuda. Oque eu deveria fazer? Você me tira o sono.
O silêncio me amedronta, me rasga em pedaços. Conto as horas até o amanhecer, mas eu nem sei porque. Oque mais pode acontecer? Estou além de qualquer ajuda.
Oque eu posso fazer? Você me tira o sono.
Meio noite, cinema mental, o filme é eu e o 'porque',
meus pensamentos me levam através de imagens e sons,
um projetor que funciona tão cruelmente bem.
As fotos na parede do quarto faz o papel de me fazer lembrar de você.
Sua sombra ainda esta aqui e ela se projeta na parede através de aberturas escondidas.
O filme continua passando, as fotos diante de meus olhos
e as nossas músicas são zumbidos que me mantém acordada.
Meu corpo quente, quase febril, minhas unhas arranham o lençol.
É o medo da noite, é oque ela faz comigo.
Você grita tão alto na minha cabeça e faz tudo girar, eu tento te esquecer mas isso não funciona. Eu permaneço acordada além de qualquer ajuda. Oque eu deveria fazer? Você me tira o sono.
O silêncio me amedronta, me rasga em pedaços. Conto as horas até o amanhecer, mas eu nem sei porque. Oque mais pode acontecer? Estou além de qualquer ajuda.
Oque eu posso fazer? Você me tira o sono.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Uma Copa do Mundo, Um Sonho Nunca Realizado e Uma Nação, Um Orgulho Que Nunca Será o Nosso.
Então tudo começa com euforia, com um carinho que você simplesmente não sabe de onde vem. Você procura as respostas mas aquelas que aparecem são patéticas demais para serem aceitas, então tentamos deixar as perguntas de lado. Queremos aproveitar, de alguma forma, essa festa que invade o país, que invade as cidades, as ruas e as casas. Copa do Mundo. Nunca paramos para pensar em futebol, isso porque nunca foi relevante, nunca teve espaço nas nossas mentes porque essas sempre estão tão encantadas com sonhos impossíveis. E parece inocente, parece simples, parece normal. Mas nada é realmente normal e tudo para nós tem que ser muito intenso e com um significado muito profundo. E como é profundo esse significado, vem das questões mais tristes, das raízes mais fundas, dos piores problemas, das intermináveis desilusões, do medo, da vergonha, da incredulidade, do sonho que ainda persiste e de um desejo que nunca cessa. Começa-se o grande torneio de craques e feras do futebol mundial. Não pensamos no Brasil, porque esse não vive dentro de nós. Pensa-se naquela pátria longínqua, naquele país distante do outro lado do oceano, país de pessoas diferentes, de cultura diferente, de realidade diferente. E como é lindo esse país, como é bonita as cores de sua bandeira, como é sombria e poderosa sua história e passado, como é maravilhosa sua língua e encantadora sua música. Alemanha. Terra dos favoritos, terra dos nossos queridos, terra dos alemães que colocamos num patamar tão alto por serem tudo aquilo que tem valia em nossa vida. Ah querida Alemanha, Deutschland como é chamada por seu povo, decidimos abraçá-la como nação e torcer como fãs da beleza e da incrível força com que veio seus guerreiros lutando por seus direitos. Torcemos em todos os jogos, do primeiro ao último, sempre com o coração na mão, com grito na ponta da língua e com um orgulho que não deveria ser natural para alguém que não pertence a essa pátria. Muitos criticaram, olharam frustrados quando a poderosa Alemanha enfrentou o fraco anfitrião. Deverias torcer para teu país, foi oque disseram, mas como se escolhe torcer? Não é um ato escolhido pelo coração? E torcemos, mesmo que não soubéssemos ao certo quem eram aqueles garotos, alguns já homens, quem eram eles? Não importou muito, aos poucos nos encantamos por eles, aprendemos seus nomes, aprendemos até mesmo a função de cada um em seu time, e eles deram para nós uma lição de futebol que só se aprende com mestres, ensinaram que com competência se chega sempre vitorioso. Como não se encantar? Pela primeira vez estávamos encantados com uma nação, com seus patriotas, com seu estilo de vida muito acima da média da vida vivida aqui nos confins da terra. Nós torcemos pelos jogadores sim, mas acima de tudo pela nação. E é claro que o carinho cresce dentro do peito quando acompanhamos de perto meninos que vieram de tão longe em busca de um sonho e que deram tudo de si. Como poderia ser diferente com tamanha simpatia e respeito e carisma de sua parte? É verdade que alguns nomes se destacaram, claro que o coração e a imaginação acabam em algum momento imaginando e fazendo aquela perigosa pergunta: ' e se..?' Mais nunca passou do limite, olhávamos admirados para aqueles meninos e acima de qualquer coisa oque vinha na cabeça era amizade, era a vontade de pertencer aquilo tudo. E aqui o problema vindo dos fundamentos se atenua, aqui tudo fica complexo e a dor se torna tão cruel. Todo o tempo torcemos, todo o tempo esperamos pelo melhor como se pertencêssemos aquilo tudo. E queríamos poder dizer que pertencíamos, ouvimos comentários vindos das pessoas que penso que, se elas soubessem o quanto eles atingem uma ferida tão profunda, jamais fariam tais comentários. Diziam: Tu não pertences aquele mundo. Tu não é uma deles. Pegue tuas tralhas e parta com eles. Ah como eram maldosos os comentários. Como doía ter de ouvir tais palavras com tamanho veneno e tamanha maldade. Mas resistimos, persistimos no sonho de assistir, mesmo que de tão longe, a concretização do sonho deles. Torcemos e choramos até o último jogo, e como foi difícil aquela guerra de inimigos cruéis que atacavam por todos os lados, de soldados feridos em batalha que ainda assim não aceitavam abandonar a luta porque era inaceitável a ideia de perder a guerra. Afinal foi uma guerra, uma guerra de culturas diferentes que se chocavam dentro de um campo de futebol, uma guerra com soldados caídos e machucados, uma guerra de sangue, de suor e por último de lágrimas. Mas como eram orgulhosos esses alemães, não choravam na dúvida, engoliam o medo e eram frios em todos os momentos, até que veio a vitória, e mesmo o soldado mais veterano não conteve as lágrimas, na explosão de fogos de artifício onde o cristo redentor se tornou preto, vermelho e amarelo aqueles meninos desmoronaram em lágrimas de orgulho, de felicidade e de realização. O troféu foi erguido com orgulho e tudo foi tão lindo quanto nós imaginávamos que seria. Observamos até o último minuto que nos foi permitido e então se foram. Os soldados se retiram com suas famílias e amigos e celebram a felicidade de uma nação. E então a ferida começa a sangrar, e como dói a dor de tal ferida. Dói tanto que precisamos fugir dentro de nós mesmos, precisamos esconder a dor, esconder as lágrimas porque quem poderia entender os motivos? Dói muito mas as razões de tal ferida se forem pensadas, se forem balanceadas abrirão muitas mais feridas. Porque é tão profundo? Ah como queríamos ser capazes de saber, como queríamos poder amortecer a dor, ou melhor, nunca mais sentir. O sentido de todo o sofrimento talvez nunca seja ao todo compreendido, mas tentamos, lutamos, e chegamos a uma simples e pequena conclusão: Queríamos ser como eles. Queríamos falar a língua deles para poder expressar a eles o nosso orgulho. Queríamos poder, acima de tudo, partir com eles para Berlin e celebrar junto de milhares a realização deles. Queríamos muito mais do que estar lá, de poder ir com eles para lá, queríamos e ainda queremos e sempre iremos querer ser como eles. Alemães como eles. Mas como se resolve essa triste questão? Não, ela não se resolve e nada pode ser feito, nada além de esperar que os dias passem e que o desejo, que essa vontade cruel, não desapareça, porque isso não vai acontecer, mas se torne um pouco mais suportável. Esperamos que os dias passem e que eles tragam a monotonia de volta encobrindo esse sonho que jamais morrerá, mas que o esconda, que o enterre debaixo de outra fantasia, talvez uma que seja menos dolorosa por ser menos real.. como se essa fosse real! Ontem a Copa do Mundo terminou gloriosamente, são campeões aqueles que deveriam ser, que mereciam ser. E hoje, as exatas quatro horas da tarde eles embarcaram e decolaram rumo a sua pátria, rumo ao seu povo, rumo ao seu destino. E nós ficamos aqui, permanecemos aqui, com o coração na mão, com uma tristeza tão profunda que é difícil de se explicar, com lágrimas nos olhos, com medo do futuro, com a certeza de que existe vida a ser vivida, mas não para nós. Hoje eles se foram e dizem que jamais esquecerão o Brasil. Bom, nós com toda a certeza do mundo jamais os esqueceremos, os motivos, nem sabemos porque. Talvez seja o sorriso, talvez seja o carisma e o carinho, ou talvez seja simplesmente por serem tudo aquilo que nós sempre desejaremos ser. A certeza e a conclusão de um texto com tantas palavras é essa: Eles chegaram, encantaram e partiram. Nós nos encantamos, nós torcemos com todo o coração, e hoje com o mesmo coração que sangra os observamos irem embora para o lugar dos nossos sonhos, aquele lugar, aquele pedacinho de terra onde nunca conseguiremos colocar nossos pés, aquele lugar sagrado, aquele sonho intocável que jamais realizaremos. Nunca sairemos daqui, estamos presos a este mundo, a este país. Somos Brasileiros, mas não com orgulho e muito menos com amor. Sim, somos brasileiros, mas o Brasil não vive dentro dos nossos corações, não escolhemos a quem amar, oque sonhar e oque desejar, o coração tem pensamento próprio, ele decide por si só e o nosso coração escolheu ser alemão. Não sabemos porque, se acreditássemos em vidas passadas diríamos que é pelo fato de termos sido alemães alguma vez. Talvez seja simplesmente porque aquele país representa tudo aquilo que admiramos e desejamos. Talvez. No fim fica a certeza de que a vida é injusta. De que alguns são grandes e outros tem a grandeza imposta a eles. Nós apenas observamos enquanto vivem, admiramos o mundo, admiramos a Alemanha em silêncio como que numa vitrine do mesmo jeito que uma criança admira um brinquedo numa loja sabendo que seu nunca poderá tê-lo. Seja como for, nós, trazemos a Alemanha dentro do coração, ela vive dentro de nós, mesmo que nós nunca possamos um dia viver dentro dela. Nós.. Eu, meus sonhos, minha tristeza e minha eterna solidão.
quinta-feira, 19 de junho de 2014
O Amor
É muito mais fácil amar aqueles que estão distantes,
porque assim não somos obrigados a conviver com seus defeitos
e oque nos resta é apenas as boas lembranças
e o sentimento puro e verdadeiro da primeira vez.
O amor é um sentimento irracional, não escolhemos a quem amar,
simplesmente acontece.
O amor é puro, ele só é imperfeito porque nós somos imperfeitos,
não é o amor que é traidor, nem o amor que é ciumento, somos nós.
Muito pelo contrario, o amor crê em tudo, espera tudo e suporta tudo.
Nós que somos fracos demais e o deixamos desvanecer
por sermos pobres e fracos, perdidos em nossa mediocridade.
Tormento
Tão encantada por toda essa beleza a minha volta,
sempre tão apaixonada pelo mundo errado.
Existe dentro de toda essa fragilidade uma paixão,
uma paixão que queima por oportunidades.
E todos os meus sonhos, a noite, se tornam o inimigo,
aquele que me mostra tudo aquilo que nunca terei.
E mesmo que doa como mil facas que perfuram,
eu continuo em frente, continuo de alguma forma me arrastando.
Mas oque tem de errado comigo? Porque não consigo parar?
Todas as vezes que vejo a felicidade me entristeço,
todas as vezes que enxergo a beleza nos outros, me escondo.
Já sofri demais, talvez. Já esperei demais e cansei.
Mas os sonhos continuam vindo a noite,
mas mesmo estes sonhos são cruéis e nada verdadeiros.
Quando acordo, sei que aquilo tudo foi mentira e que
nunca irá acontecer de verdade, por isso amaldiçoo o sono.
Porque todas essas oportunidades perdidas, todos os erros,
todas as falhas, todos os mais terríveis defeitos, eles doem.
E o fogo continua queimando aqui dentro, o desejo nunca cessa.
Desejo de vida, desejo de amor, de realidade, de oportunidade.
Eu sei que o fogo não vai se extinguir, sei que os sonhos
não vão parar de me assombrar a noite, sei que a dor não cessará;
É simplesmente um tormento que não tem fim.
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Uma Vez Num Sonho ...
e eu sei que as vezes os sonhos não são só oque parecem.
Talvez eu já conhecesse você de algum outro lugar num passado distante.
Mais uma vez, eu vi você no meu sonho, você sorria e cantava
Mais uma vez, eu vi você no meu sonho, você sorria e cantava
e eu observava enquanto aos poucos eu entendia que o brilho dos
seus olhos eram de alguma forma mais do que familiar.
Talvez eu já o tenha amado antes do jeito como foi ontem no meu sonho.
Não tenha medo, apareça! Eu sei que eu já o conheço de algum lugar.
Talvez eu já o tenha amado antes do jeito como foi ontem no meu sonho.
Não tenha medo, apareça! Eu sei que eu já o conheço de algum lugar.
Eu não tenho medo, apareça! E então iremos compreender ..
Existe o mal neste mundo, ódio e vingança ..
Mas eu conheço você, caminhamos juntos dentro dos meus sonhos,
e eu sei que as vezes as pessoas não são oque parecem.
e eu sei que as vezes as pessoas não são oque parecem.
Mas se eu conhecer você, eu sei oque acontecerá
Você me amará do mesmo jeito como foi uma vez no meu sonho.
*(Inspirado na música Once Upon A Dream, e no filme Maleficent)
Você me amará do mesmo jeito como foi uma vez no meu sonho.
*(Inspirado na música Once Upon A Dream, e no filme Maleficent)
terça-feira, 27 de maio de 2014
The Winter (O Inverno)
E então os dias passam, meses intermináveis de eterno pesar.
Com eles passam também as estações, as folhas caem
e o inverno finalmente chega.
E como é bonito o inverno, com suas frias mãos de escuridão.
Seus ventos gelados assopram através das cortinas e aqui
dentro o meu coração se torna tão frio.
Os ventos do sul assopram varrendo todos os dias sem fim,
todas aquelas horas no sol quando acreditava que minhas
lágrimas secariam para sempre. Ventos de inverno do lado de
fora, e aqui dentro, milhões de lágrimas caem dos olhos e
centenas de desejos são sussurrados em vão sob cobertores
quentes e a alma tão fria quanto o coração.
Como é bonito o inverno, com suas mãos de tristeza e pesar.
A memória leva minha mente até o limite da inconsciência e
aqui o inverno leva as folhas para onde quer que elas devam ir.
As árvores são subjugadas pelo frio e elas sussurram e as vezes
em toda a minha dor é possível escutar suas vozes que lamentam.
E aqui no frio, no vento que apaga todas as velas, eu me escondo
da cruel luz do dia, do cruel calor dos mil sóis e da felicidade inexistente.
Tão lindo o frio desses dias, tão gélido sentimento e sepulcral silêncio
nessas noites onde morro congelada em minha cama, desvanecendo.
Como não amar o inverno? Todo um mundo de coisas frágeis.
Traz a memória de sonhos esculpidos em gelo, pegadas do passado
gravadas na neve, lembranças do dezembro perdidas apenas nas
recordações mais distantes de minha mente.
O inverno sussurra aos ouvidos, ele fala aos corações, quando
as luzes se apagam e o mundo se aquieta é possível ouvi-lo cantando.
Eu tento não me esquecer da importância do inverno que vive
dentro de mim, mas como milhões de estrelas noturnas que caem,
o inverno aos poucos vai morrendo ao apagar de cada vela.
Com o tempo ele se vai, deixando apenas medo e nenhuma esperança.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Sonhos
Meus sonhos são uma piada, eles zombam de mim.
Mesmo quando estou sonhando sei que terei que acordar para a realidade.
As vezes queria não mais dormir, porque sei que se adormecer irei sonhar.
Mas é inútil. Os sonhos mais dolorosos são aqueles que tenho enquanto
ainda estou acordada.
De olhos abertos, toda uma vida passa diante dos meus olhos,
como flashes de luz e então desaparecem, esvanecendo-se lentamente
junto com o novo começo que enxergo por de trás do sol..
Sei que nunca os alcançarei por mais rápido que eu corra.
Estou sempre sonhando, sonhos mortos, como se a minha própria morte
pudesse ser desfeita. Chorando pelos cantos, como um corvo portador
de algum mau presságio, anunciando minhas tragédias mal dizentes.
Esperando pelo fim chegar, perambulando num corpo vivo.
Uma alma triste, um espírito cansado e um coração partido.
Mais morta do que viva, jogada a própria sorte, esquecida num mundo
abandonado por Deus. Viva, morta, sozinha..
Sonhando. Sonhos de eternidade, dias no sol, dias de felicidade.
Pequenos, pequenos pedaços de felicidade jogados ao vento,
levados pela brisa fria de um inverno que nunca termina.
Sonhando.. por mais que doa, sempre sonhando.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Sonho Lúcido
Eu desistiria da realidade,
da vida, desse tormento sem fim.
Eu desistiria dos planos,
das pessoas, da fracassada tentativa de viver.
Eu desistiria de tentar,
abandonaria tudo..
Por um sonho lúcido,
por falsa felicidade, uma realidade inventada.
Eu criaria meu próprio mundo
e o encheria com todos os personagens
perdidos do meu subconsciente.
Eu sangraria para trazer essa fantasia a vida,
para sonhar que estou vivendo
toda uma vida que jamais seria
possível ser vivida realmente.
Eu o faria se isso fosse possível.
Eu morreria para trazer vida
aqueles sonhos sufocados que aos poucos
morrem dentro de mim.
Um sonho lúcido, uma fantasia quase real..
Porque as vezes tais fantasias
se tornam tão fortes que as enxergamos
como mais importante do que a
nossa quebrada realidade.
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Alone (Sozinho)
Desde a infância eu tenho sido
Diferente d'outros – tenho visto
D'outro modo – minhas paixões
Tinham uma outra fonte e
Minhas mágoas outra origem
No mesmo tom não despertava
O meu coração para a alegria
O que amei – eu amei só.
Então – na infância – a aurora
Da vida atormentada – estava
Em cada nicho de bem e mal
O mistério que me prendia
Da correnteza, da fonte
Da escarpas rubras do monte
Do sol que me rodeava
Em pleno outono dourado
Do relâmpago nos céus
Quando sobre mim passava
Do trovão, da tormenta
E a nuvem tem a forma
(Quando o resto do céu é azul)
D'um demônio aos meus olhos.
- Edgar Allan Poe
segunda-feira, 31 de março de 2014
Aprendendo a ser Sozinha
Eu queria que fosse mais fácil de entender, mas como posso desejar que
entendam quando eu mesma não sou capaz de fazê-lo?
É tudo complicado demais. É tudo errado demais, difícil demais.
Eu passei tanto tempo esperando pela pessoa certa, ou mesmo que
fosse a errada, mas ela nunca apareceu. E agora eu não espero mais.
Eu aprendi a ser sozinha, a encontrar as razões para querer continuar
assim e sinceramente como sempre dizem: as vezes é melhor assim.
Eu não preciso de alguém que sinta pena de mim, não preciso de ninguém
que julgue meus atos, não preciso de ninguém para desejar que eu
fosse outra pessoa, ou um pouco diferente ao menos.
Eu não preciso que criem expectativas sobre mim, porque eu não quero
viver a partir das expectativas de ninguém. Já me bastam as minhas!
Eu mesma me julgo, eu mesma me condeno. Eu mesma as vezes sinto
pena de mim, eu mesma já desejei ser outra pessoa.
Eu estou bem sozinha, não preciso de ninguém que venha aos poucos,
oferecendo pouco, querendo muito, querendo ser a 'pessoa certa' ou
mesmo a errada. Não preciso de mais problemas, eu já tenho o bastante.
De qualquer forma não seria suficiente, não importa qual sacrifício fosse
feito, não importa de quem ou do que possa abrir mão por mim, nada
que faça ou fizesse seria suficiente, porque sofro de um mal incorrigível:
Quanto menos eu tenho, mais eu quero, e tudo não seria suficiente pois
estou ocupada demais olhando onde meus olhos não podem enxergar,
estendendo as mãos para tudo aquilo que não posso tocar e sofrendo por
querer tudo aquilo que nunca poderei ter.
Eu sei como eu pareço por fora, sei como pareço forte, como pareço ser
tão confiante, tão engraçada, fazendo piada de tudo. Sei como pareço ser
inquebrável, inalcançável de certa forma por viver dentro de uma bolha de
auto- proteção, de auto- confiança. Eu sei, eu criei essa máscara, eu criei
esse muro, e todas essas mentiras que servem para afastar as pessoas.
Mas somente eu sei como sou de verdade, somente eu sei como são
confusos esses pensamentos e como são uma bagunça esses sentimentos.
Somente eu sei como é estar sempre buscando algo que não posso
encontrar, somente eu sei como é me esconder de tudo e todos por medo
de me machucar ainda mais do que sou machucada. Somente eu sei..
E eu sei como é difícil ser a única a saber, a única a conhecer, a única..
Tantos pensamentos, tantos sentimentos, tantos medos, tantas lágrimas.
Tantos planos, tantos sonhos, tantas fantasias. Mas eu só tenho a mim
mesma nesse mundo para contar à noite sobre todos esses infortúnios,
toda essa bagunça, e aos poucos eu aprendi a ser uma boa contadora de
histórias, aprendi a ser uma boa ouvinte, aprendi a dar conselhos e a
receber conselhos, embora na maioria das vezes eu não os siga.
Eu aprendi a viver sozinha, eu aprendi a ser uma boa companhia.
Eu não preciso de amor, assim digo a mim mesma, ou pelo menos não
preciso desse amor, amor que não é amor, paixão que não é paixão.
Eu já tenho meus amores, todos tão impossíveis, todos tão fantasiosos..
Pelo menos estando tão longe nunca poderá me machucar.
Essa é a mentira que conto para mim mesma todas os dias, e me
convenço do quão idiota é essa mentira a cada noite quando a distancia
grita aos meus ouvidos e acaricia o rosto gélido limpando as lágrimas que
teimam em cair na escuridão de um quarto vazio.
Então eu fecho meus olhos e invento sua proximidade para o meu coração,
invento seu toque, seu beijo, e a fantasia é tão melhor do que qualquer
realidade que já tenha experimentado, melhor do que qualquer realidade
que tenho infringido a mim mesma. Eu minto mais uma vez, escapo mais
uma vez e adormeço assim, estou melhor assim..
Nesses pequenos, pequenos pedaços de felicidade que invento para mim
mesma encontro a força para continuar, enquanto cada segundo de
realidade só me dá motivos para desistir.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Muros
Quantas vezes eu já sorri, fingi, tentando esconder oque determinada
situação me fez sentir?
Quantas vezes eu sofri calada sem ter alguém com quem contar,
sem ter alguém para dizer que tudo vai ficar bem?
Tantas vezes! E a cada dia que passa isso nunca termina,
apenas continua e nada é com eu queria que fosse, ou como deveria ter sido.
O tempo continua passando, pessoas continuam indo embora
e chegando mas a verdade é que esta cada vez mais difícil acreditar em alguém,
confiar em alguém, criar laços, verdadeiras amizades com alguém.
Talvez o verdadeiro problema não seja as pessoas e sim a minha deficiência
e dificuldade em ser verdadeira, em me abrir verdadeiramente com os outros.
Ou talvez eu apenas tenha medo, parece que quanto mais eu gosto
mais as pessoas teimam em me machucar.
Eu queria que fosse mais fácil, que eu fosse uma pessoa mais simples,
mais fácil de compreender, de conviver.
Se nem eu mesma não me entendo,
como posso pedir para que os outros entendam?
Deveria ser mais fácil, todas essas questões de amizades, de alegrias, de sentimentos.
Porque tudo tem que ser tão difícil?
Eu criei um muro e me escondi atrás dele, eu ergui paredes a minha volta
e me guardei, fugindo da realidade, com medo dos sentimentos, das pessoas.
Mas eu não quero mais fazer isso, só que eu não sei mais qual caminho eu devo tomar.
Parece que quanto mais eu procuro as respostas, mais perguntas aparecem.
Devo eu continuar seguindo por conta própria, completamente sozinha,
indo, ao que parece, para lugar nenhum?
Tudo oque sinto é que estou caindo, só não sei oque foi que fiz de errado.
Se existe algo quebrado, eu espero um dia descobrir e poder concertar,
porque eu sei, bem aqui no fundo, que quando eu for capaz de aprender a viver,
quando eu aprender a corrigir os meus erros, a vida poderá ser linda.
Tem um mundo lá fora, longe desses muros, um mundo lindo e livre, cheios de
experiencias, expectativas, oportunidades..
Toda uma vida lá fora esperando para ser vivida.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Fuhre Mich (Leva-me)
Você conseguiu, me transformar naquilo que tanto queria que eu fosse.
Onde estou? Como cheguei aqui? Eu não me reconheço mais.
Se eu choro, isso parece te fazer bem e minhas lágrimas parecem
saciá-lo melhor do que qualquer amor que você poderia receber.
Onde irei parar? Porque estou aqui? Quem é você para me manter
atada a essa teia de pensamentos surreais e tão errados?
Você me machuca e o meu medo parece excitá-lo ainda mais.
Não foi normal desde o principio, a forma como me encantei por sua voz,
como precisei ouvi-la todos os dias desde então.
Não foi natural a ordem de acontecimentos que desencadearam esse fim,
a forma como eu gritei de desejo por você no meio da noite,
quando meu corpo pedia pelo seu e você não estava aqui.
Você nunca esteve realmente aqui, mas as vezes eu posso senti-lo como se me toca-se.
No que me tornei? Como posso controlar essa vontade que sinto,
esse fogo que me queima e esse pensamento de arrependimento que me arrasta
para o mais profundo poço de minha existência? Vontade de você.
É normal? É saudável desejar tanto quando se tem tão pouco?
Você me amaldiçoou com esse sentimento, me amarrou a essa força invisível
que me arrasta até você, eu estou presa e não consigo me libertar,
acho que é bem assim que você gosta que eu esteja. Presa.
A inocência foi roubada, toda e qualquer sanidade em mim se extinguiu.
Não penso, não sinto, não vejo, não ouço mais nada que não seja você.
Não consigo respirar, não consigo falar, em meu mundo agora só existe você.
"Duas almas em apenas um corpo", é isso que você sussurra em meus ouvidos.
Mas aqui dentro de mim só existe a solidão e o desejo por você.
Eu sinto você o tempo todo, sinto você me envolvendo aos poucos,
sinto você me sufocando cada vez mais, e eu sei que não vai me deixar ir.
É muito pior do que imaginava? É ainda mais profundo do que acreditava?
Como pude deixar ir tão longe? Onde estava minha cabeça quando
meu corpo foi entregue completamente a você?
"Você cresceu em meu coração" você diz,
mas quando eu sangro sou apenas eu a sofrer. "Nada pode nos separar" vocês diz.
Mas quando eu choro isso parece lhe fazer bem,
e a mão do meu medo alimenta o seu sangue, e quando sinto que não aguento mais,
"Você morre quando eu permitir" você diz.
Como chegamos aqui? eu acho que não me conhecia tão bem.
Você me conduziu até aqui, você me arrastou até aqui, estou presa,
não posso me libertar. Nos porões de sua mente doentia você me fez refém
e você me mantém na escuridão, na solidão e na tristeza para sempre.
domingo, 12 de janeiro de 2014
Bed Of Roses (Cama de Rosas)
E hoje quando acordei pela manhã me dei conta mais uma vez
de que você não estava aqui.
Me pergunto quantos dias mais terei que suportar,
sem se quer a esperança de te ter ao menos uma vez.
Bem, eu estava sonhando novamente enquanto eu dormia
abraçada a meus travesseiros, sonhava sobre romances cinematográficos
que não me tornarão melhores do que sou.
Sonhava sobre amores impossíveis, sobre todas essas coisas que
eu queria acreditar mas a verdade é que não resta mais nada dentro de mim.
Agora enquanto tomo meu café percebo quão patético,
e o quão irritante é o som de minha própria respiração.
Eu não queria estar aqui, droga, eu não queria se quer ter nascido.
Mas me lamentar não muda o fato de que minha fraqueza
ainda permite que meu coração continue batendo.
Eu tomo banho, me visto e saio na rua para enfrentar qualquer coisa
que esteja a minha espera, talvez outro sermão sobre como a vida
deveria ser vivida, talvez outra multa de transito por dirigir com a cabeça no ar
ou simplesmente a certeza absoluta de que cada passo para frente
significam três para trás.
As horas passam e eu conto os minutos apenas porque não tenho
nada mais para fazer. Uma velha do outro lado da rua do ponto de ônibus
me encara e a pena em seus olhos me faz me sentir envergonhada,
é quase como se ela pudesse ler minha mente.
Outra vez chego em casa, está quase anoitecendo
e eu me sinto ainda pior pois eu sei que ninguém me espera e a verdade é
que nunca houve ninguém lá para mim.
Outra vez sozinha em meu próprio mundo, aquela velha canção
volta a soar alto, os vizinhos reclamam porque ela já tocou dezesseis vezes,
mas quem é que está contando?
Me sento no chão e abraço meus joelhos, as lágrimas caem de meus olhos,
não quero estar sozinha novamente mas para onde eu mais eu poderia ir?
Me vêem a cabeça oque me disseram a muito tempo atrás.
Que meu amor não faz nenhum sentido.
Bem, meu amor pode ser cego mas pelo menos eu sei que ele é verdadeiro,
e eu não tenho nada para provar porque eu sei que sou eu mesma
quem morreria para me defender.
E está noite eu estou sozinha mas na anterior talvez eu não estivesse,
mas estar acompanhada não significa que eu não me sinta solitária.
Porque o amor que sinto é uma companhia constante por dias e noites a fio.
Ou deveria dizer que é um peso que carrego na minha cabeça
e o aperto que está em meu peito? Meu coração queima.
Eu simplesmente não sei mais oque fazer,
já passa das 22 é melhor desligar o som agora, e o silencio que me segue
é como engolir areia, e a dor é dilacerante e o medo é constante.
Medo de sobreviver mais uma noite para ter que enfrentar mais um dia.
Porque a vida que para uns é uma dádiva,
para mim é uma maldita pílula difícil de engolir.
E é com outra pílula que consigo adormecer e me embalar novamente
em sonhos de eternidade. E lá tudo é perfeito,
e embora aqui eu esteja deitada numa cama de pregos,
lá eu estou repousada numa cama de rosas.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Mein Herz (Meu Coração)
E agora estou aqui de pé na escuridão,
os sonhos se cronometram.
Como se eu pudesse sentir mais do que
esse luto profundo e essa massiva tristeza.
Estou fadada a ser oque sou ao torno
de minha vida inteira.
Mais cedo eu estava feliz, aí percebi que
apenas estava sonhando,
porém todas as visões de sonhos radiantes
são apenas passageiras.
Porque os meus pensamentos teimam em fugir,
nunca para frente, sempre para trás?
Fogem para onde não existe nenhuma manhã,
nenhuma alegria e nenhuma sorte.
Porém os brilhos da minha memória
gostam de uma próxima estrela, provavelmente
para minha alma uma nova falsa esperança.
E meu coração procura ainda pela chama
depois do amor.
Então eu deveria seguir o meu desejo e usar
meu coração apenas para mim e continuar
como sou a minha vida inteira.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Staying Alive (Permanecendo Viva)
Eu não vou morrer por não ter você,
essas lágrimas que derramo por sua falta não vão me afogar.
O medo não vai me paralisar, a dor não vai me destruir.
É tudo um estado mental.
Dói aqui dentro, mas essa doença ninguém nota,
e a solidão e a melancolia é um sintoma da morte de minha alma
a qual também ninguém percebe.
Acontece lentamente, e aos poucos tudo se torna cinza,
tudo perde a vida. Mas por fora nunca estive mais saudável.
É tudo um estado mental do qual não consigo me libertar.
Não adianta perguntar porque,
de tantas noites de desespero nada levo como resposta,
tudo continua sem sentido, e o silencio nunca esteve mais alto.
Queima, arde e arranha mas isso nem importa porque ninguém sabe.
As horas passam, os dias se esvão, e muitas noites se aproximam
e a cada uma que chega recebo como a morte.
É pior que a morte esse desejo de ter você aqui,
e eu choro, todas essas lágrimas quentes que me fazem tão bem
e as vezes eu acredito mesmo que morrerei,
mas a noite passa e outro dia amanhece e continuo viva.
Ironicamente viva e é como se a minha dor me fizesse mais forte
e eu sobrevivo mais uma vez embora tudo oque desejo
é que a minha dor se torne real,
que essa doença se torne física e que a morte seja verdadeira.
Mas eu não morro, eu sobrevivo.
Eu nunca morro, meu coração orgulhoso continua a bater.
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