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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Tanto Tempo..




Tanto tempo .. e nada nunca muda, nada jamais acontece.
É como se o tempo la fora corresse, mas aqui dentro tudo
continua em câmera lenta e eu estou paralisada.
Tanto tempo à sufocar em palavras jamais ditas,
à afogar em lágrimas e mergulhar em sonhos que iludem
e perseguem em silêncio. Tanto tempo..
Ah meu amor porque tinha que ser assim?
Perdida nas fronteiras da irrealidade, no labirinto de letras
rabiscadas, num diário à que chamam de segredos.
Tanto tempo à se aproximar do amor sem jamais ser
tocada por ele.  Tanto tempo.. parece mesmo uma eternidade
quando se permite nadar nas águas da saudade,
por rios de nostalgia e tamanha solidão.
Tanto tempo nas areias do destino, nessa maré negra,
nessa embarcação de memórias que se confundem.
Ah meu amor eu estive olhando através da janela à observar
a vida como que nunca vitrine e tudo oque vi foram os
fantasmas da felicidade, a lixeira de sonhos perdidos que
tremulam e aos poucos desvanecem.
Tanto tempo à respirar as cartas que jamais foram enviadas.
Tanto tempo.. esquecida na tristeza.
Tanto tempo.. e o relógio ainda trabalha, e a vida continua.

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