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terça-feira, 9 de setembro de 2014
Refúgio
Era um dia qualquer, tão monótono e tão frio..
O sol brilhava do lado de fora, o céu estava tão insuportavelmente azul.
Mas dentro dela estava escuro, nublado. Sempre chovia dentro dela.
Do lado de fora se ouvia os barulhos urbanos,
As crianças brincavam, as pessoas conversavam,
Mas dentro dela estava tudo tão quieto e o silêncio parecia esmagar
cada centímetro do seu pequeno coração. Era sempre tudo tão quieto.
A vida que fluía e sorria para todos à sua volta parecia queimar dentro dela,
Era quase como se sua própria respiração fosse esforço demais.
Não conseguia encontrar saída daquela situação,
Perdida, ela estava sempre tão perdida na escuridão.
Geralmente ela tentava não pensar em tudo aquilo, na maioria das vezes
lutava contra a dor e quase sempre vencia, mas alguns dias eram piores
que os outros, algumas noites eram mais tempestuosas do que as outras.
E nesses dias, em busca de refúgio, ela fugia...
Tinha sempre uma história dentro da sua cabeça, na verdade eram várias.
Ela sempre escolhia a mais real, aquela que soava mais provável, e fugia.
Eram tantos momentos idealizados em sua mente,
As vezes era difícil não acreditar, sua própria mente se confundia entre
oque era real e oque era apenas mais uma fantasia,
E nessa fantasia eles deveriam ficar juntos.
As vezes adormecia em seu mundo, as vezes com lágrimas nos olhos,
Nessas vezes, quase sempre, era agraciada com doces sonhos
E nesses sonhos eles ficavam juntos.
Mas a realidade era como uma besta que espreitava por trás da porta,
A besta bufava e arranhava a frágil porta de seus encantos e assim, de forma
tão abrupta, ela era arrancada dos sonhos e mergulhada de volta nas
águas geladas de sua infelicidade, seu tormento e triste verdade.
A dor que dilacerava também ensinava uma importante lição,
Mesmo que ela não estivesse disposta a se deixar aprender..
Falava sobre como é inútil levantar muros entre si e a realidade pois tais
muros sempre tombavam no final. Falava também sobre a ingenuidade de
se afugentar em mundos paralelos, esses tão frágeis, sempre feitos com
pequenas flores de papel que se rasgavam e voavam para longe numa triste
noite de inverno solitário.
Não eram lições que ela quisesse aprender, mas eram sempre empurradas
goela abaixo obrigando-a à saborear o amargo gosta da sua condição humana.
Seus olhos, sempre tão encharcados de lágrimas, eram cegos diante da verdade
Suas mãos, impotentes diante das necessidades da vida, eram fracas..
E em dias assim ela sofria imensamente sem nunca encontrar uma saída.
Afugentando os pensamentos com as palavras de outros,
Encontrava na música um amigo, mas este tão mudo ao lhe dar conselhos.
E seu coração, seu pobre e pequeno coração a chamava de volta para seu mundo
de pequenas felicidades e meias verdades, estas sempre afogadas em mentiras..
E nesse mundo, pensava ela, nesse mundo eles poderiam ficar juntos..
Assim, sem jamais aprender, ela fugia novamente
Seu sorriso era a única coisa que via, e eles ficavam juntos.
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