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domingo, 14 de abril de 2013

A Celebração da Vida



Mais um ano passou, eu sinto isso aqui no meu coração
e talvez daqui alguns anos eu comece ver isso quando em
algum momento eu me olhar no espelho e ver que o tempo
não para, não espera, ele simplesmente continua.
Não sou velha, mas também já não sou tão jovem quanto fui
e isso não deveria me incomodar, e talvez não incomodasse
se de alguma forma eu pudesse sentir como se eu tivesse vivido.
Sou uma mulher agora, não sou mais uma criança
me pergunto se algum dia eu fui, se algum dia eu tive
uma infância normal, eu não sei.
Teve momentos em que eu desejei envelhecer,  ser adulta
e ter tudo aquilo que os adultos tem, eu desejei isso a minha
infancia inteira e dessa forma a inocencia me foi roubada,
pois eu sabia exatamente tudo oque a vida me guardava,
acho que o problema foi esse, eu soube cedo demais e por
desejar ter aquilo que não podia eu perdi aquilo que tinha,
minha infancia, minha adolescencia e em fim estou aqui..
Sou uma mulher agora, sou adulta finalmente mas nada é como
eu pensava que seria, tudo aquilo que eu imaginava que teria
nunca chegou, nunca me foi ofertado e todas as vezes que eu tentei
de alguma forma buscar aquilo que era de meu direito..
busquei amor nas pessoas erradas, encontrei felicidade em
lugares ocupados e agora nada mais faz sentido.
E no meio dessa confusão, desses desencontros o tempo
continuou passando e aqui estou eu aos 22 anos de idade.
Como disse antes, a vida não está velha o suficiente para mim,
sou eu quem está velha demais para a vida que eu queria ter.
Velha demais para o primeiro beijo com amor, velha demais para
a primeira noite de amor, velha demais para sonhar com pessoas
que não existem, com sonhos que nunca se realizarão.
Não sou mais uma criança embora as vezes eu teime em agir como
uma. Eu sou uma mulher agora, uma mulher só que sem todo
e qualquer privilégio que a vida poderia me dar por isso.
E todos aqueles sonhos de criança eu tive que esquecer, todos os
planos e fantasias de adolescente eu tive que deixar de lado
para encarar uma realidade distorcida da pessoa que eu queria ser.
Sim, eu queria dizer que nesse ponto da minha vida eu não preciso
de ninguém e de nada, mas a verdade é que eu nunca estive mais
perdida e tudo oque me resta é me lamentar enquanto o tempo passa.
Como naquela música que teimo em ouvir milhares de vezes,
eu teimo em me comparar com uma pipa voando descontroladamente
no céu e quem poderá dizer a onde o vento irá me soprar?
Quem poderá dizer quem ou oque vai me destruir? Quando será
difícil demais? Quando o meu tempo vai chegar? Eu não sei.
Tudo oque sei é que alguma coisa dentro de mim mudou,
talvez tenha sido uma porta que se abriu, toda a escuridão que
me rodeia, ou apenas um estado de espírito qualquer..
Alguma coisa se rompeu aqui dentro, alguma coisa está prestes
a se romper, eu sinto isso vindo através de mim a algum tempo.
Eu não tenho mais medo de morrer, eu tenho medo é de viver
pois eu não tenho ninguém que precise de mim, e não sei para onde
estou caminhando e isso me dá muito medo, medo de continuar.
Por mais que seja difícil de admitir eu não tenho motivos
para viver e tudo oque eu preciso saber é que eu não farei falta nenhuma.
É o tempo passou, e embora não exista marca nenhuma ainda no
meu rosto, existem muitas marcas aqui em meu coração,
cortes profundos que ninguém vê, talvez até pequenos demais
para importar num mundo real mas grandes o suficientes para
me fazer curvar perante minha dor e ter a coragem de dizer que eu
não quero mais continuar.
Viver assim não é viver e eu não quero mais sobreviver desse jeito.
Talvez como ser humano eu esteja machucada demais para aguentar
a dor, porém como vítima acho que não estou machucada o
suficiente para que alguém se importe. Respiro, é o suficiente.
22 anos de vida e uma pipa voa descontroladamente no céu
e tudo oque eu quero saber é o que vai acontecer comigo.
O tempo me fez mulher e agora essa mulher consegue ver
que atrás dos meus olhos tudo oque existe é sombras.
Escuridão me rodeia, minha cabeça está pendurada.
Existe um punhado de pessoas que eu queria que estivessem aqui
comigo hoje, existe um punhado delas que eu gostaria que
me abraçasse e dissesse que me compreende,
mas infelizmente nenhuma delas podem estar aqui esta noite.
Dessa forma enxergo através de meus olhos cegos por lágrimas
que em todo esse tempo onde estive procurando por calor
e fascínio, na verdade tudo oque estava procurando é
um abraço, talvez um beijo e tudo oque encontrei foi a
sempre presente e ridícula solidão.
Tudo oque eu preciso dizer, depois que já disse tanto é que
é muito fácil de se encontrar pessoas com as quais rir
difícil é encontrar pessoas com as quais eu poderia chorar.
Eu poderia continuar escrevendo, continuaria para sempre mas
no final do que adianta se ninguém vai ler?
Eu tenho direito a um pedido não é mesmo? Afinal essa é
uma data especial para mim. Pois bem então,
eu peço que não me faltem lágrimas para chorar toda essa dor
da qual eu não posso falar nem explicar para ninguém,
pelo menos ninguém que está aqui no mundo meu real e agora
eu estou velha demais para viver no meu mundo de fantasias.





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