Pesquisar este blog
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
O Vampiro
Tu que, como uma punhalada
entraste em meu coração triste
Tu que, como manada
de demônios, louco surgiste
Para no espírito humilhado
encontrar o leito e o ascendente
infame a que estou atada
Tal como o forçado à corrente
Como ao baralho o jogador
como a garrafa o borrachão
como os vermes a podridão
maldito sejas, como for!
Implorei ao punhal veloz
que me concedesse a alforria
Disse após ao veneno atroz
que me amparasse a covardia
Ah pobre! o veneno e o punhal
disseram- me de ar zombeteiro
"ninguém te livrará afinal
de teu maldito cativeiro"
"Ah imbecil, de teu retiro
se te livrássemos um dia
teu beijo ressuscitaria
o cadáver de teu vampiro"
(Charles Baudelaire)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário