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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Caminhos
Estava caminhando sobre os ossos queimados de todos os meus antigos sonhos
não olhava para trás, não buscava rever o passado crucifixado em pontes queimadas
Procurava pelo presente oculto dentro do meu ser, acontecimentos que virão
estavam queimando e borbulhando quente em meu sangue
A minha frente um barco feito com as lágrimas que derramei em toda minha vida
sei que deveria subir a bordo porém temia navegar pelo rio de névoas e
sombras que carregam meus sonhos perdidos, eu tinha tanto medo!
Passado esquecido, presente sombrio e futuro inexistente
Verdade estrangulada, beleza roubada, está tudo escrito em cada linha,
em cada página do meu livro de maldições, essa é a minha história.
Naveguei lentamente observando com melancolia a lixeira da minha existência
tantos sonhos, tantos planos que nunca se realizaram, quero fugir!
Porém quando tentei escapar cai na água e começei a afundar, estava me afogando
a água negra e fria me encobriu completamente e eu deveria lutar, porém
não consiguia encontrar a vontade de tentar, não tenho mais forças
Deveria ser o fim, a morte era tão convidativa, o som de ondas quebravam sobre
minha cabeça, estava afundando, sem destino, sem esperanças..
Abri meus olhos e vi uma sombra ao meu lado, carinhosa ela me estendia a mão
tenho medo porém sua voz ecoava em minha cabeça, palavras de consolo
palavras de ternura e tristeza que refletem com perfeição cada sentimento que
já senti em minha vida. A sombra me conhece, me encanta, me atrai.
Toquei sua mão e me deixei levar, suas mãos fortes me agarraram pelo braço
e com determinação ele arrancou o meu corpo da inundação e como uma
criatura da noite ele me observou com olhos tristes e me beijou.
Tocar seus lábios foi como tocar a parte mais sombria de mim, eu pude enxergar
sua alma, ele era uma sala vazia tal como a minha. Éramos iguais em tristeza
sozinhos e aflitos estávamos lutando por calor e fascínio
Procurava-mos no outro oque não era encontrado em nós mesmos e por
um curto momento pensei que tinha finalmente encontrado o meu lugar no mundo
Ali na escuridão eu me conhecia, ali ao lado da sombra eu podia ser eu mesma
E então uma luz brilhou a minha direita e a sombra se afastou cobrindo os olhos
a claridade resplandescente machucava -lhe os olhos e aos meus no entanto
fascinava, a luz era quente e trazia esperança, uma esperança que não sentia
a muitos anos. Eu vi a luz, e vi seu rosto, seus olhos azuis eram grandes e intensos
ao olhar fixamente para eles senti que aos poucos estava me perdendo no infinito
A luz me estendeu a mão me chamando porém eu tinha medo, eu não
confiava em sentimentos de esperanças, eu não confiava na luz e aquele
rosto lindo e repleto de promessas também poderia esconder uma faca atrás das costas
Confusa e com medo me vi no meio entre dois caminhos
A escuridão e a luz, as sombras e a esperança, o medo e o engano
A sombra jazia imóvel a esquerda agora também com a mão estendida
meu coração pulou no peito e sem destino ou razão, sem motivo ou convicção
Eu corri, eu fugi e dando as costas para os dois caminhos busquei o terceiro
que se estendia diante de mim, busquei o caminho pelo qual eu cheguei até aqui
Corri pela floresta escura da minha solidão onde o eco de minha respiração
e a batida ritmíaca dos meus pés no chão eram o unico som que se podia ouvir
Corri do medo, do amor, da esperança, da luz, da escuridão
Podia sentir a presença deles ao meu encalço, seguida por luz e trevas
eu me escondi em fantasias de tempos verdes de outrora e lutei contra a dor que
me consumia aos poucos, contra as lágrimas que de meus olhos caiam mais uma vez
Eu lutei contra a sensação de perda e desespero que me assombrava, lutei e perdi
Caída no chão de desesperança, tremendo com o frio de todas as verdades
que gritavam em minha cabeça, ali eu jazia no caminho que escolhi para mim mesma
O terceiro caminho fora o escolhido, o caminho da solidão e desespero
Pois quando tudo caí e tudo está perdido, é ali onde eu pertenço.
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