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domingo, 30 de agosto de 2015

Loucura




Quando é que a loucura começa? Como sabemos que passou dos limites?
Não existem manuais de instruções para lhe ensinar a como diagnosticar a loucura,
nem mesmo os doutores sabem dizer ao certo o que faz uma pessoa enlouquecer.

Será que estou louca? Enlouqueci de vez? Ou será que sempre fui um pouco menos
normal do que as outras pessoas? Afinal, o que é ser louco?
Seria a loucura a amplificação de todos os sentimentos humanos? O exagero?

Diagnosticada sã e perambulando em meio à sociedade, não soa um pouco intimidante?
Como prever quando a raiva irá sair do controle? Como reconhecer que todo o medo
se tornou paranoia? Como saber se a dor não vai superar o medo? E se um dia, assim
não tão distante, o mundo parecer assustador demais? E se os monstros se libertarem
de dentro da minha cabeça? E se o ódio for mais forte que a consciência? E se...?

Será que estou louca? Perdi mesmo todo o juízo? Ou talvez esse seja apenas
o resultado de uma infância traumática somada a uma vida sem sorte alguma?
Entre um gole e outro, digo que bebo para tentar esquecer, mas a verdade é que
quero sentir. E a dor nunca soou tão bonita, nunca doeu tão docemente.

O que nos trás de novo a primeira pergunta: quando é que a loucura começa?
Não deveria ser ruim sentir? Mas por mais que doa é maravilhoso sentir.
Como sabemos que passou dos limites? Eu não sei o que faz alguém enlouquecer.

Maldição, como saberia se estou enlouquecendo? Seria tudo assim tão normal?
Seria natural esse viver querendo morrer? Esse falar querendo chorar?
Seria normal o ódio que queima? A dor que rasga e o medo que não cessa?

Talvez o processo já tenha se iniciado.
Os loucos enfim não sabem que estão loucos.


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