Sozinha Novamente

Estou aqui sozinha tentando conviver comigo mesma
o tédio e a solidão são meus companheiros hoje a noite
assim como na noite passada e em todas as outras.
Seguindo o silêncio que grita em meus ouvidos
me inundam as perguntas de "por quê"
sinceramente eu nunca serei capaz de respondê-las.
Minha vida chegou a certo ponto em que não existe mais nada
nada além de uma profunda espera, uma profunda esperança
de que o fim não esteja tão longe quanto parece.
Eu conheço todas as razões, eu conheço todos os motivos
sim eu conheço cada linha tortuosa do destino que me trouxe
até aqui, eu conheço cada traço da estrada em que caminhei,
eu só não conheço ainda qual é meu crime, qual foi minha culpa
nesta pequena maldição da qual todos chamam de vida.
Lamentar nada muda, nada resolve
Palavras não tem muita importância num mundo onde tudo
oque importa são oque enxergamos e não oque sentimos,
no entanto em minha opinião, palavras são a única forma de aliviar a dor.
Quem me dera ser capaz de usá-las de uma forma que fizesse
as pessoas compreenderem.
E aqui estou eu novamente me fartando de palavras que ninguém lerá,
e aqui estou eu novamente lutando contra um sentimento que já
me é conhecido e me acompanha a algum tempo: desesperança.
Quantas vezes já pensei em desistir? apenas para perceber depois
que não tenho a coragem necessária.
Quantas vezes já pensei em procurar ajuda, mas quem em fim
poderia me compreender o suficiente para me ajudar quando nem
eu mesmo sou capaz de me entender?
Tudo oque me resta são essas palavras, as quais, por falar do mesmo
velho sentimento, já estão ficando repetitivas; creio que semelhante
seja a minha vida, sempre presa a um eterno ciclo de repetição
ao qual teima em reviver os mesmos trágicos erros e as mesmas
trágicas desilusões.
E oque me resta no final? na verdade não muito além de me
lamentar por um destino infeliz do qual não tenho nenhuma saída,
não a menos que a coragem me seja presenteada.