Lançada ao Desconhecido

Escondo meu rosto do mundo,
escondo meus pensamentos de mim mesma,
minto para todos sombre tudo, minto para mim mesma
e dessa forma sigo em frente.
Minha vida é um erro, meu amor é um tormento,
não importa quantas vezes eu me esconda
a verdade vai sempre me encontrar aqui.
E quantas vezes conversei comigo mesma esperando encontrar
a compreensão inexistente do mundo ao meu redor?
Estou atormentada, nenhum anjo vai me salvar do meu tormento,
não existe nada à frente, apenas milhares de milhas à distancia
numa estrada que me levará ao desconhecido.
E assim eu forço meus pés para frente, correndo, fugindo
Me lançando cada vez mais no desconhecido.
Eu sempre acreditei que uma vida de erros justificados
poderia ser recompensada com a promessa de um futuro brilhante,
mas ao olhar para o frente, não existe luz alguma que possa
iluminar essa escuridão que se tornou meu coração, minha vida.
Como se o passado pudesse justificar o presente,
como se as mentiras que conto para mim mesma pudessem
me salvar do terrível medo que me assombra a noite,
quando as paredes do meu quarto se fecham sobre mim,
aqui não existe verdade alguma que não seja revelada
e mentira alguma que seja suficiente para me resgatar
do medo e da dor que devora meu peito nas sombras.
Por muitas vezes desejei morrer, como se a morte fosse a saída
de emergência de uma vida que deu errado demais para mim.
Hoje vejo que a morte não trará a minha salvação,
e visto que eu nunca terei a coragem suficiente,
a promessa dela não me é válida e não me serve para nada.
Dessa forma eu sigo em frente, me arrastando como um corpo
vazio que vaga sem destino, sem alma, sem razão,
amortecendo os sentimentos o máximo que pode
e se entregando as lágrimas todas as vezes que não pode;
Chorando um pouco no travesseiro
apenas para tirar um pouco da bagunça que existe dentro da
minha cabeça. Seguindo em frente, me forçando, me puxando
a um limite já a muito atingido.
Caminhando perdida, desesperada, sozinha em direção
a tudo aquilo que é infinito,
em direção a um futuro que me é desconhecido.