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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Naufrágio





Eu naveguei por águas turvas por tanto tempo 
Estive lutando contra o mar revolto e longas tempestades noturnas
E hoje não sei oque se deve sentir ao avistar praias calmas.
A calmaria que embala um coração ferido 
É como as brasas que depois do fogo ainda queima.
E o tempo para para mostrar que nada acontece. 

O tempo passou. Eu mudei. Nada aconteceu.

Minha vida é como um barco sem remo que navega à vontade da maré
Sem destino, sem curso, sem esperança.. não há terra a vista.
Perdi-me nos meandros da dor e da desesperança 
Agora, por marés de lágrimas, nado. Nado.. apenas nado.
O medo espreita através das sombras e o vento noturno assopra as velas
Deste barco que sem sentido navega por marés desconhecidas,
Rumo à águas desconhecidas, rumo a um destino que já não existe. 

Oque espera por mim além da infinita imensidão azul?

Minha alma anseia pelo oceano, por águas gélidas que me abraçam.
Esperei neste barco por muita coisa, por muito tempo e nada aconteceu.
Hoje nada do que desejei faz sentido, e de tanto esperar, já não desejo mais. 
Não restou desejo em mim, nenhuma esperança, nenhum amor 
Somente este anseio, somente um último pedido em súplica e prece.

O suspiro profundo antes do mergulho
E então a imensidão azul se torna negra e ao longe se avista ele..
Imensurável, imponente ..
O fim.