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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Sonhos



Meus sonhos são uma piada, eles zombam de mim.
Mesmo quando estou sonhando sei que terei que acordar para a realidade.
As vezes queria não mais dormir, porque sei que se adormecer irei sonhar.
Mas é inútil. Os sonhos mais dolorosos são aqueles que tenho enquanto
ainda estou acordada.
De olhos abertos, toda uma vida passa diante dos meus olhos,
como flashes de luz e então desaparecem, esvanecendo-se lentamente
junto com o novo começo que enxergo por de trás do sol..
Sei que nunca os alcançarei por mais rápido que eu corra.
Estou sempre sonhando, sonhos mortos, como se a minha própria morte
pudesse ser desfeita. Chorando pelos cantos, como um corvo portador
de algum mau presságio, anunciando minhas tragédias mal dizentes.
Esperando pelo fim chegar, perambulando num corpo vivo.
Uma alma triste, um espírito cansado e um coração partido.
Mais morta do que viva, jogada a própria sorte, esquecida num mundo
abandonado por Deus. Viva, morta, sozinha..
Sonhando. Sonhos de eternidade, dias no sol, dias de felicidade.
Pequenos, pequenos pedaços de felicidade jogados ao vento,
levados pela brisa fria de um inverno que nunca termina.
Sonhando.. por mais que doa, sempre sonhando.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Sonho Lúcido




Eu desistiria da realidade,
da vida, desse tormento sem fim.
Eu desistiria dos planos,
das pessoas, da fracassada tentativa de viver.
Eu desistiria de tentar,
abandonaria tudo..
Por um sonho lúcido,
por falsa felicidade, uma realidade inventada.
Eu criaria meu próprio mundo
e o encheria com todos os personagens
perdidos do meu subconsciente.
Eu sangraria para trazer essa fantasia a vida,
para sonhar que estou vivendo
toda uma vida que jamais seria
possível ser vivida realmente.
Eu o faria se isso fosse possível.
Eu morreria para trazer vida
aqueles sonhos sufocados que aos poucos
morrem dentro de mim.
Um sonho lúcido, uma fantasia quase real..
Porque as vezes tais fantasias
se tornam tão fortes que as enxergamos
como mais importante do que a
nossa quebrada realidade.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Alone (Sozinho)




Desde a infância eu tenho sido
Diferente d'outros – tenho visto
D'outro modo – minhas paixões
Tinham uma outra fonte e
Minhas mágoas outra origem
No mesmo tom não despertava
O meu coração para a alegria
O que amei – eu amei só.
Então – na infância – a aurora
Da vida atormentada – estava
Em cada nicho de bem e mal
O mistério que me prendia
Da correnteza, da fonte
Da escarpas rubras do monte
Do sol que me rodeava
Em pleno outono dourado
Do relâmpago nos céus
Quando sobre mim passava
Do trovão, da tormenta
E a nuvem tem a forma
(Quando o resto do céu é azul)
D'um demônio aos meus olhos.

- Edgar Allan Poe